Guardo a vida como um rio
O fado na palma da mão
Guardo um coração vazio
Todo ausência e solidão

Guardo sons em desalinho
Trocadilhos do coração
Melodias p'lo caminho entre a luz e escuridão

Guardo memórias sentidas
Quimeras pintadas assim
Que são lágrimas caídas
Num abismo dentro de mim

Neste silêncio perdido
O canto é  amor ou ilusão
Madrugadas p'lo caminho
Auroras na escuridão



Sentido Aguarela 

Vesti a saudade de ti do teu olhar
P'ra te ver perto de mim inteiramente
Na brancura do papel quis encontrar
Um arco-iris sem fim só, simplesmente

Pintei de azul a esperança tal como o céu
De rubra rosa o amor eternamente
Qual aguarela uma dança sobre meu véu
Fado meu que aconteceu intensamente.

Em tons de laranja pintei o horizonte
Nele vi surgir a aurora a suplicar
Foi tão puro o teu sorrir água na fonte
Bendito, foste inteiro o verbo amar

Violeta é a lembrança da minha dor
Em verdes prados nasceu feita de luz
Meu amor sempre criança tu serás flor
Um anjo o céu acolheu o meu Jesus.


Autoria: Maria Da Gloria